Metade do Plástico Já Produzido Foi Feita nos Últimos 15 Anos
O estudo publicado recentemente na revista Science Advances, conduzido por Roland Geyer, revela resultados alarmantes sobre o impacto dos plásticos no meio ambiente. Geyer é professor de ecologia industrial na Escola Bren de Ciência e Gestão Ambiental da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara e um especialista no impacto ecológico dos plásticos. Segundo Geyer, metade do plástico existente no planeta foi produzido nos últimos 15 anos.
Este artigo, publicado em 2017, recolhe dados até 2015 e destaca a crescente preocupação com a produção e descarte de plásticos. A revista Science Advances, um braço da revista Science, possui um fator de impacto de 15.4 e 54.5, respectivamente. O fator de impacto é a média de citações que um artigo daquela revista recebe, indicando a relevância das suas publicações. Isso significa que esta revista é altamente conceituada.
De acordo com Geyer, o maior mercado dos plásticos é o de embalagens, uma aplicação cujo crescimento foi acelerado por uma mudança global para descartáveis. Esse crescimento se deve, em grande parte, à conveniência e à demanda por produtos de uso único. Como resultado, eles se acumulam em vez de se decompor em aterros sanitários ou no ambiente natural. Esta conclusão, baseada nos estudos de Barnes et al., é uma das principais razões para a crescente poluição por plásticos. Uma solução para este problema seria a adição de P-Life, assim, esses plásticos se tornariam biodegradáveis.
O estudo de Geyer utiliza como base outros estudos para fortalecer suas conclusões. Por exemplo, ele alerta que, segundo a pesquisa de Zalasiewicz et al., o lixo plástico é agora tão onipresente no meio ambiente que pode ser considerado um indicador geológico da proposta Era Antropoceno. O conceito "antropoceno" — do grego anthropos, que significa humano, e kainos, que significa novo — foi popularizado em 2000 pelo químico holandês Paul Crutzen, vencedor do Prêmio Nobel de Química em 1995, para designar uma nova época geológica caracterizada pelo impacto do homem na Terra.
De 1950 a 2015, a quantidade total de resinas e fibras fabricadas foi de 7800 Mt (toneladas métricas), com metade desse total — 3900 Mt — produzida apenas nos últimos 15 anos. Esses dados são apresentados por Geyer para ilustrar a rápida aceleração na produção de plásticos nos tempos modernos. Plásticos de base biológica ou biodegradáveis têm atualmente uma capacidade de produção global de apenas 4 Mt e estão excluídos da análise de Geyer. Esta informação, obtida de European Bioplastics, mostra que, apesar do crescente interesse por alternativas mais sustentáveis, elas ainda representam uma pequena fração da produção total de plásticos.
Geyer destaca que a reciclagem adia em vez de evitar a disposição final. Ela reduz a geração futura de resíduos plásticos apenas se substituir a produção de plástico primário. Cerca de 4900 Mt — 60% de todos os plásticos já produzidos — foram descartados e estão se acumulando em aterros sanitários ou no ambiente natural, segundo Geyer. Uma alternativa seria aditivar esses plásticos com aditivos de bioassimilação certificados e que comprovam sua biodegradação. No entanto, a luz solar enfraquece os materiais, causando a fragmentação em partículas conhecidas como microplásticos. Andrady menciona que a pesquisa sobre os impactos ambientais desses microplásticos em ambientes marinhos e de água doce acelerou nos últimos anos. No entanto, pouco se sabe sobre os impactos dos resíduos plásticos em ecossistemas terrestres, como alerta Geyer. O P-Life seria uma alternativa pois comprovadamente biodegrada os plásticos aditivados, como pode ser visto no vídeo.
Os dados disponíveis indicam que as maiores taxas de reciclagem em 2014 foram na Europa (30%) e na China (25%), enquanto nos Estados Unidos a reciclagem de plásticos permaneceu estável em 9% desde 2012 (PlasticsEurope, Agência de Proteção Ambiental dos EUA, Departamento Nacional de Estatísticas da China, Zhan-feng). No Brasil, a reciclagem de plásticos é preocupantemente baixa. Dados recentes indicam que apenas 1,3% do plástico no Brasil passa pelo processo de reciclagem. Projetando as tendências atuais de gerenciamento de resíduos globais para 2050, espera-se que 12.000 Mt de resíduos plásticos sejam descartados em aterros sanitários ou no ambiente natural, conforme Geyer. Isso ressalta a urgência de desenvolver estratégias eficazes para a gestão de resíduos plásticos.
As propriedades que tornam os plásticos tão versáteis — durabilidade e resistência à degradação — também tornam esses materiais difíceis ou impossíveis de serem assimilados pela natureza. Geyer conclui que, sem uma estratégia de gerenciamento bem projetada e sob medida para o fim da vida útil dos plásticos, estamos conduzindo um experimento singular e descontrolado em escala global, no qual bilhões de toneladas métricas de material se acumulam em todos os principais ecossistemas terrestres e aquáticos do planeta.
Agora, aqui, cabe uma provocação: caso esses plásticos mais recentes do estudo fossem feitos de um filme de polietileno (um dos plásticos mais utilizados no mundo atualmente) e tivessem sido aditivados com P-Life (patente registrada em 2002 e que obteve sua primeira certificação em 2010), podemos especular que o resultado deste exame seria completamente diferente, pois o P-Life é um aditivo que promove a bioassimilação, facilitando sua degradação e absorção por micro-organismos, em um tempo muito menor comparado aos plásticos tradicionais. Se os plásticos produzidos há mais de uma década tivessem sido aditivados com P-Life, eles provavelmente já teriam deixado de existir, reduzindo significativamente o acúmulo de resíduos plásticos em aterros e no ambiente natural.
Essa especulação abre um leque de possibilidades sobre o futuro da produção de plásticos e a necessidade urgente de inovação e adoção de tecnologias que possam minimizar os impactos ambientais. O uso de aditivos como o P-Life poderia ser um passo importante para a criação de plásticos mais sustentáveis e menos danosos ao meio ambiente. No entanto, é crucial que estas soluções sejam implementadas em conjunto com políticas de redução de uso, reciclagem eficiente e educação ambiental para que possamos efetivamente mitigar a crise global dos plásticos. Porque o mundo precisa agora!
P-Life: a solução final para o descarte inadequado do plástico.
Links para os estudos: